quinta-feira, 6 de setembro de 2018

(Re)Encontro Imprevisto!!!




Agosto 2018. 
Avisos e mais avisos de risco máximo de incêndio florestal. Rego os vasos, a relva e quando entro em casa vejo no telefone a mensagem: “olá amigo. Estou perto de tua casa, acabei a entrevista mais cedo. Que te parece se formos jantar juntos? Afinal já não nos vimos há mais de 20 anos. Responde rápido porque irei meter-me a caminho de Braga e demoro menos de uma hora a passar na zona da tua casa. 
Entrei em choque. Nos últimos dias esta ideia não me sai da cabeça, mas nunca disse nada a ninguém. A irina adivinhou o meu desejo e antecipou-se. E agora? Queria sair com ela, mas queria ir bonito, bem vestido. Tenho a roupa em casa de meus pais, aqui só tenho calças e camisas de dia a dia. Mas o meu corpo não quer saber disso e a minhoca começou a mexer-se e em poucos segundos tornou-se uma vara de dimensão considerável. Um verdadeiro pau de junco, utensilio minhoto. Veio-me tudo à cabeça. O passado, todos aqueles anos de namoro, as noites que tínhamos passado juntos, os planos para ter sexo bom e cada vez melhor todos os dias. O perfil da Irina que encontrei há uns dois meses no facebook e com comecei a falar há cerca de 15 dias. A sua voz forte, vincada, decidida, não posso perder a oportunidade de rever a Irina. 
Ligo e atende de imediato. E explico-me. Claro que podemos jantar. Mas tenho uma ideia melhor. Vens ter a minha casa e jantas comigo. Tenho cerca de uma hora para terminar a rega do jardim e dá perfeitamente para cozinhar alguma coisa e estamos mais à vontade para falar. Sei que deixaste de comer carne e beber bebidas alcoólicas mas vou tentar superar-me e fazer algo que d~e para nós dois. Afinal tenho um quintal, animais ao ar livre e os respetivos ovos, alguma cosia se vai arranjar. 
O tempo voou. Menos de 15 minutos e toca o telefone. “Já cheguei”. Vou lá fora, vejo um carro desconhecido, faço sinal com a mão e sou retribuído. Desço, vou ter com o carro e quando chegou já estás cá fora. Dois beijinhos na face, uma mão na porta do carro outra no meu ombro. Umas palavras feitas como “estás linda, mesmo linda; o tempo não passou por ti” e convido para subir. Não há motivo para estar ali em público quando podemos estar a sós. 
Estás com ar cansado. Mas os teus olhos mantêm o brilho de outrora. Cansada, mas feliz.  O teu sorriso é mais solto, mais aberto. Confiança, desenvoltura, lideras, tu não eras assim. Estás mesmo “crescida”. Entrámos. Não me dás tempo e fechas a porta com jeitinho para não fazer barulho nem se estragar.. 
Colocas-te na vertical, esticas os braços abertos e dizes: “CR7, abraça-me”. Era o que eu queria fazer, cair nos teus braços e ficar assim até ao fim dos meus dias. Mas isso não pode ser. Entre outras coisas, tenho de ter atenção que o fogão ainda está ligado e que a coisinha que se tornou vara não está bem acomodada e precisa ajuda para mudar de posição sem que notes. Está a incomodar-me e muito. Mas não te quero assustar, fazer nenhum movimento que te possa sentir desconfortável. 
Estamos nos braços um do outro, com as mãos sobre as costas, quase imóveis. Solto uma lagriminha, a emoção é enorme, quero comportar-me como um amigo, mas na realidade não somos amigos. Somos um homem e uma mulher, separados apenas por um final amoroso. Um amor que chegou ao fim e cada um seguiu o seu caminho. Foi parecido com aquela empresa entra em crise, depois em insolvência e fecha. Os empregados vão para casa e procuram novas formas de ganhar a vida. Mas não quer dizer que deixem de gostar ou esqueçam os bons momentos que viveram. 
As minhas mãos hesitam entre apertar-te contra mim, deslocar-se no sentido de ajudar a suportar os teus maravilhosos seios, ou descer e fixar-se no teu rabo, perfeitamente simétrico e proporcional ao resto do corpo. Por seu lado os meus lábios desejam cobrir o teu pescoço de beijinhos e  fingir que se enganam e tocam os teus lábios por engano. Sim quero beijar-te. Quero beijar-te, sim, e sentir-me a perder o ar. Misturar a tua saliva com a minha. Colocar em prática o que espero ter aprendido em cerca de 10 de pesquisa net sobre a forma de beijar, que agrade à mulher. Não duvido do meu desejo por ti, mas não posso correr o risco de fazer algo que te desagrade … 
Não há bem que dure sempre! A Irina recua uns centímetros, afasta-se e afasta-me e grita: “CR7, cheira a queimado!” Corro para a cozinha e aquilo que deveria ser um salteado de legumes naturais, regado com muitíssima pouca gordura, no caso apenas azeite de oliveira, parecia uma pizza vegetariana, em que por engano colocaram na base alcatrão em vez de massa de pão. 
Fico perdido. Restam-me as 3 taças de salada. Mas eu queria algo quente, para fingir que havia mesmo uma refeição. Afinal salada não é comida, certo? Mas a Irina salva a situação sem esforço: 
-Tem calma. Esquece lá o cozinhado. Já vi que estás taralhoco. Tu parece que não tomas banho há um mês. Cheiras a suro por todo o lado. Tens terra na cara. Cal no cotovelo direito. Eu levantei às seis horas da manhã. Já fiz mais de 400 Km, cumprimentei centenas de potenciais clientes e com a mão direita, alguns / algumas com beijinhos no rosto. Tenho uma ideia melhor. A tua casa tem chuveiro, certo? Diz-me lá onde vou dormir, para colocar lá o meu “necessaire” e o saquito com o pijama. Ok?. Quero é tomar banho e então depois vamos jantar. Mas não a tua comida. Eu trouxe comigo alimentação saudável para os dois, não aceitaria vir cá para casa dar-te despesa. Afinal eu ganho quase o que quero. Ganho mais que tu! 
Parece que irei dormir no sofá. Levo-te ao quarto e digo-te para estares à vontade. E vou para a sala ver televisão. Um olho no burro outro no cigano. Quer dizer, um olho na televisão e todos os restantes sentidos bem atentos à espera da tua passagem para a banheira. 
E lá vais tu, ante pé. Um caminhar que seria imitado pelas manequins se te vissem passear assim. Nua. Um à vontade com o corpo que poucas mulheres terão. O corpo esbelto, seios equilibrados, seguros mas soltos, sem apoio, nádegas quase como há 25 anos. Tudo firme. Um pouquinho de “carne a mais” na barriga, mas nada de gordura. Apenas o que a idade não consegue deixar de acrescentar!!! 
-Também podes vir. Queres? Tem é cuidado, não me molhes o cabelo. 
O que tu disseste. Tiro a roupa de imediato e entro no chuveiro, onde já estavas, com a água na temperatura certa e o corpo. Só que aquilo que antes era uma vara de marmeleiro, um junco minhoto transformou-se repentinamente num pinto bebé, daqueles que não conseguem levantar a cabeça. Melhor, parecia um caracol que se escondeu dentro da concha e deixou de fora uns abundantes restos de ranho. Tinha um aspeto nojento, mas uma sensação incrivelmente agradável  
Juntinhos, mas quase sem nos tocarmos, controlas a coisa e molha os nossos corpos. Eu pego no sabão líquido, coloco nas mãos molhadas e passo suavemente por grande parte do teu corpo, evitando as partes que mais desejo tocar. As mais íntimas. Fico-me essencialmente pelo pescoço, pelas costas, nádegas e tu desligas a água e fazes-me o mesmo. 
Não foi bem o mesmo! Encostas a mão semiaberta entre as minhas pernas, deslizando suavemente para cima, desde o ânus até ao umbigo. E quando o pulso toca no umbigo já a tua mão aberta cobre quase completamente a varinha de condão que se tornou rija como ferro. Não dá para saber de onde vi. Senti-me um macho capivara, cujos órgãos sexuais são quase internos. Só saem cá fora para se enterrarem de novo: em casa ou em gruta alheia. 
Uns segundos de silencio. Parece que ambos estamos com medo, quando te encostas à parede e me puxas contra ti. Aceito de bom grado e ao mesmo tempo que tento aproximar o peixinho da gruta do amor, para que mergulhe em segurança e não desidrate, tento segurar o teu rosto e aproximarmos meus lábios dos teus. Bruscamente seguras as minhas com as tuas mãos e colocas elas sobre teus seios. Enquanto me vais dizendo: 
-Toca-os. São rijos não são? E têm o tamanho certo não têm? São teus, meu doce. Usa-os como se fossem teus, com carinho. Sinto que as tuas mãos de agora não arranham, podes fazer o que quiseres com as mãos. Beijos é que não. Beija-me o pescoço, a face, a testa, tudo o que quiseres. Nos lábios é que não. Já percebi que isto está quente demais mas sei que o meu trabalho não me permite passar cá muitas vezes. Tenho medo que se provar os teus beijos depois a tua ausência se venha a tornar insuportável. 
Eu tinha de aceitar. Neste entretanto o peixinho ficou meio preguiçoso e deixou de estar tão esticado. Com a tua mão direita lá fizeste o favor de indicar a entrada da gruta mas a coisa complicou-se. És um pouco mais alta de perna que eu e mesmo em bicos de pés o bichinho não conseguia posição para fazer força e deixar-se mergulhar nas águas quentes que, entretanto, foram deslizando para fora da gruta. 
Mas tua inteligência não se deixou vencer e quando te voltaste para a parede, apoiando nela uma mão e com a outra mão conduzindo peixinho.  
Sozinho não iria ser fácil chegar ao destino. Minhas pernas estavam sem forças, com a emoção de um encontro tão imprevisto, mas ao mesmo tempo tão desejado e colorido. É o tudo em um, o ter a prova que vale a pena esperar e que mais vale a qualidade que a quantidade. A tua praia de águas límpidas e quentes, abundantes, estava do outro lado de um estreito não muito longo. O peixinho estava crescido e conseguiu facilmente descobrir a entrada, metendo primeiro uma pequeníssima parte, depois mais um bocadinho e mais um bocadinho até que o meu corpo se aproveitou da sua vontade e enterrou tudo lá dentro. De seguida deu-se início a movimentos suaves, lentos, de saída / entrada de um peixinho que se ia tornando forte, cada vez mais forte e confiante. Não acertávamos na frequência, tu querias ajudar e controlar o ritmo e profundidade dos movimentos, mas tantos anos parados, acrescidos com o peso das idades e falta de conforto da posição... não dei conta de nada, mas o tubarão deve ter tido problema pois algo lhe saiu pela boca, começou a escorrer pelas duns, pela vegetação que restou da última limpeza florestal, e uma gotita caiu no chão. 
Virei-te para mim, encostada à parede, de pernas abertas e afastadas cerca de 70 cm. Coloquei-me de joelhos e tinha na frente um pipo de vinho, ao qual tiraram a torneira. E cujos restos de néctar dos deuses ainda estava em bom estado. Usei a língua bem aberta para recolher e saborear todo o líquido que por ali andava. Recolhi na boca o máximo que consegui e fui interrompido por umas mãos a puxar a minha cabeça para cima. Levanto-me e conduzes o meu rosto para junto do teu fazendo com que os nossos lábios se unam e as nossas línguas façam da boca do outro a sua casa. 
-Tu és mesmo maluco!! 
Pois sou. Maluco de desejo por ti. 

Sem comentários:

Enviar um comentário